quinta-feira, 1 de março de 2007

Enquanto o “supersimples” não sai...

Há alguns anos, quando eu gerenciava o departamento financeiro de uma pequena empresa, deparei-me com uma situação que acredito é a realidade de muitas micro e pequenas empresas em todo o país: ficar de olho no faturamento para que o mesmo não extrapole o valor máximo anual, que atualmente é R$ 2,4 milhões, e consequentemente tire da empresa o “benefício” de permanecer enquadrada no Simples - Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte.

Na ocasião o valor máximo era de R$ 1,2 milhão, metade do que é hoje, e a empresa em questão não possuía um software de gestão e para que eu pudesse fazer um acompanhamento da evolução do faturamento tive de utilizar uma planilha eletrônica.

Tratava-se de uma planilha simples (acreditem, não é trocadilho com o imposto) onde eu inseria o valor do faturamento no mês e com isso obtinha o valor faturado no ano e quanto a empresa poderia faturar em cada um dos próximos meses. Além disso também era informado o valor do imposto a pagar. Isso era de grande valia, pois permitia que eu o lançasse no fluxo de caixa (falarei sobre fluxo de caixa posteriormente) antes mesmo da contabilidade, que era externa, me enviar a guia para pagamento do imposto.

Alguns podem não entender o porquê desta preocupação, a de controlar o faturamento, mas a verdade é que se a empresa fatura além do permitido e se desenquadrada do regime do Simples, passa a pagar um valor significativamente maior de impostos, e isso pode comprometer de alguma forma as atividades da empresa.

Acredito que o Simples foi um avanço com relação aos pagamentos de impostos, porém ainda pode ser melhorado. A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (leia mais em http://www.leigeral.com.br/) passará a vigorar em breve e já criou uma expectativa entre os micro e pequenos empresários. Vamos aguardar.

Do meu ponto de vista creio que, do jeito que está, o governo “incentiva” a empresa a se manter pequena, pois se faturar R$ 1,00 a mais que o permitido, passa a ser penalizada.

As micro e pequenas empresas são as que mais geram empregos no Brasil, mas ainda não são tratadas com a devida importância.

Abaixo segue o link para baixar a planilha que eu utilizava; com os valores devidamente ajustados.


Em caso de dificuldade para baixá-la vá em "Seções deste blog" e "clique" em Downloads.
:)

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