quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Privatizações. Bom ou mau negócio para o Brasil?

Escolhi este tema para iniciar minhas postagens sobre Administração porque acho que ele é muito relevante, principalmente por termos saído a tão pouco tempo do período de eleições.

A questão das privatizações nunca foi discutida a fundo pela mídia em geral e o governo Lula insistiu, durante a campanha, em passar a (falsa) idéia de que elas (privatizações) são ruins para o país.

Isso não é uma verdade. De acordo com a matéria ”Quem disse que a privatização é um mau negócio para o País?” publicada pelo CRA-SP no Jornal do Administrador Profissional n° 246 de dezembro de 2006, a maioria das empresas privatizadas “era pouco competitiva ou prestava serviços de baixa qualidade” e “ao se transformarem em empresas privadas, os recursos injetados pelos novos controladores e a colocação em prática de uma nova fórmula administrativa, mais moderna e voltada para resultados concretos fizeram com que, em pouco tempo, trilhassem o caminho do desenvolvimento”.

Tanto é verdade que indicadores apontam que a Vale do Rio Doce “era a nona mineradora do mundo, empregava 11 mil pessoas, investia anualmente US$ 400 milhões e seu valor de mercado era US$ 8 bilhões. Após a privatização, tornou-se a segunda do mundo, seu quadro de pessoal saltou para 40 mil, os investimentos anuais foram multiplicados por dez (US$ 4,6 bilhões) e o seu valor de mercado é estimado em US$ 60 bilhões”.

Um outro exemplo é no ramo de telefonia. Há uma década para se conseguir uma linha telefônica era necessária uma verdadeira “peregrinação”. Pelo menos aqui em São Paulo só era possível adquirir uma nova linha telefônica através dos planos de expansão. Quando esses planos eram divulgados pela Telesp, formavam-se filas enormes de pessoas interessadas em adquirir uma destas linhas.

O preço da linha também era muito alto chegando a custar, no mercado paralelo, cerca de R$8.600,00. Existia também o inconveniente de ter de aguardar de dois a três anos a instalação do telefone. Eu mesmo passei por isso. Adquiri uma linha em 1996 e ela foi instalada apenas em 1999.

Ainda de acordo com o Jornal do Administrador Profissional, “na época, apenas 25% das residências brasileiras tinham linha telefônica. Graças a investimentos de R$ 160 bilhões, hoje 68% das residências têm telefone fixo ou celular. Esse avanço é refletido no número de empregos, que evoluiu de 91 mil para 3l6,5 mil”.

Apesar dos, ainda, inconvenientes problemas com operadoras de telefonia, há que se concordar que houve um significativo avanço na qualidade dos serviços prestados em comparação às empresas estatais. Hoje é possível comprar aparelhos de telefone celular em hipermercados, e as linhas residenciais são instaladas em um curto espaço de tempo.

As privatizações não são ruins porque a iniciativa privada tem de tornar as empresas competitivas.

Outro fato não divulgado de forma correta é que quando uma empresa estatal dá prejuízo, quem paga é o contribuinte. O Estado injetou bilhões de dólares anualmente para cobrir rombos nas contas de empresas estatais, por exemplo, dos ramos siderúrgicos e do sistema financeiro.

É falsa a idéia de que as privatizações geram desemprego. Em um primeiro momento é possível que isso ocorra, mas com o tempo a tendência é que se criem novos postos de trabalho diretos e indiretos.

Este assunto poderia ter sido melhor discutido, principalmente pelo candidato Geraldo Alckmin, quando das campanhas para as eleições. Perdeu-se com isso uma grande oportunidade de esclarecer à população a realidade sobre o processo de privatização.

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